Medidas surgem após massacre de Newtown e se contrapõem à
restrição às armas que será defendida pela Casa Branca. O debate sobre as armas
de fogo nos Estados Unidos deu um novo giro esta semana com a decisão de
dezenas de professores do Estado de Utah de fazer aulas de tiro e um promotor
do Arizona propor uma lei permitindo o porte de armas para os diretores nas escolas.
Promotor do Arizona
passa instruções aos professores: quer permitir porte de armas para diretores nas escolas
Crédito a Imagem: George Fey - AFP
A discussão sobre as armas nos Estados Unidos voltou à tona
após a recente morte de 20 crianças e seis adultos em uma escola primária de
Newtown (Connecticut), vítimas de um jovem armado com um fuzil de assalto.
Entre as medidas propostas está armar funcionários das
escolas e treinar professores no uso de armamento, o que tem o óbvio apoio do
lobby a favor das armas.
Na quinta-feira, o Conselho de Tiro Esportivo de Utah (USSC)
isentou os professores deste Estado da taxa de 50 dólares por aulas de tiro,
apoiando a proposta de se armar os educadores.
Paralelamente, o procurador-geral do Arizona, Tom Horne,
apresentou um projeto de lei para permitir que o diretor e outro funcionário
designado de cada escola possam portar armas dentro da instituição, após o
devido treinamento na polícia.
Tais propostas se somam ao projeto de lei apresentado na
semana passada, no Missouri, para permitir que professores e pessoal
administrativo possa portar armas nas escolas.
No momento, apenas os Estados de Utah e Kansas permitem o
porte de armas dentro de instituições de ensino.
Estando armado, "o professor não apenas poderia
enfrentar um atirador, mas desestimularia os alunos maus com a consciência de
que os professores de Utah utilizam armas", disse à AFP Bill Scott, membro
do USSC, que atraiu 400 educadores interessados em aulas de tiro.
"Não estamos querendo armar todos os professores,
apenas defendemos que os que decidam fazê-lo e desejem treinamento tenham este
direito em Utah. Queremos facilitar isto", destacou Scott.
Tom Horne disse ao apresentar seu projeto de lei que "a
solução ideal seria um policial em cada escola", mas como isso é
economicamente inviável, "o melhor é que cada escola tenha uma pessoa
treinada no manejo de armas e na gestão de emergências".
Segundo o site do jornal Huffington Post, legisladores
republicanos de ao menos seis estados planejam apresentar em 2013 projetos de
lei que permitem o porte de armas de professores nas escolas.
Enquanto isso, no Brasil: Os
bandidos agradecem!!!
A cada Campanha Nacional do Desarmamento, como a que está
sendo veiculada, a sociedade fica mais vulnerável, e os bandidos, mais à
vontade. Os argumentos das autoridades permanecem mais ou menos os mesmos desde
2004, quando essas campanhas começaram: a defesa dos cidadãos cabe
exclusivamente à polícia e disparos acidentais de armas de fogo provocam
tragédias familiares. Não se discute que é preciso treinamento para manejar
armas, como, de resto, é preciso treinamento para dirigir um carro, cujo mau
uso o torna tão letal quanto um revólver. Já o argumento de que não cabe ao
cidadão ter instrumentos adequados para se defender da ameaça de bandidos
armados é abominável.
O mote da campanha atual é: "Proteja sua família.
Desarme-se". Trata-se de uma série de depoimentos de pais cujos filhos
foram vítimas de disparos acidentais de armas de fogo. A intenção, segundo o
Ministério da Justiça, é mostrar que não vale a pena correr os riscos que ter
uma arma em casa implicam. "A arma é um excelente instrumento de ataque e
um péssimo instrumento de defesa, principalmente para as pessoas que não têm habilidade
em usá-la", disse a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki.
Segundo ela, "a sociedade tem o direito de exigir do Estado que qualifique
e equipe muito bem os policiais para defendê-la", pois "essa é
competência do policial, e não do cidadão".
Trata-se de um raciocínio primário. É óbvio que cabe ao
Estado proteger seus cidadãos, pois é o Estado que detém o monopólio do uso
legítimo da força. No entanto, como sabe qualquer cidadão letrado, esse
monopólio tem sido diuturnamente desafiado pelo crime organizado e pela
bandidagem em geral, que mesmo de dentro das penitenciárias conseguem fazer
valer a lei da barbárie. Há cidadãos que desejam ter meios para enfrentar os
criminosos caso os agentes do Estado não estejam por perto para fazê-lo,
situação que é rotineira nas grandes cidades. A lei faculta a esses indivíduos
o direito de proteger a si e a sua família da melhor maneira possível - é a
chamada legítima defesa. Trata-se de uma questão pessoal, sobre a qual o Estado
não pode jamais interferir, pois a lei não determina que os cidadãos devam
ficar inertes ante a violência que eventualmente sofram.
Mas o discurso das campanhas de desarmamento transformou o
ato de se defender em uma violência equivalente à cometida pelos bandidos - se
não pior, porque os criminosos, de acordo com o sociologuês acadêmico que pauta
esse debate, agem porque são vítimas do "sistema", enquanto os
indivíduos que se defendem usando armas de fogo são, estes sim, elementos
violentos. Somente neste ano, três inocentes que reagiram a assaltantes armados
foram processados por crime de homicídio doloso triplamente qualificado. Em um
dos casos, uma senhora de 86 anos cuja casa estava sendo assaltada, em Caxias
do Sul (RS), pegou um velho revólver calibre 32 e conseguiu matar o ladrão a
tiros. Como a arma não tinha registro, ela foi indiciada e se tornou ré, apesar
de ter somente tentado proteger sua vida e seu patrimônio. Trata-se de um
episódio exemplar dessa "equalização moral" entre bandidos e vítimas.
Ademais, de que valem campanhas de desarmamento se os
bandidos têm enorme facilidade para obter seu arsenal, até mesmo sob as barbas
da Justiça? Têm sido frequentes os assaltos a fóruns, onde ficam guardadas as
armas e a munição apreendidas e que serão usadas como prova nos processos. Sem
segurança adequada, esses locais são de "fácil acesso" para os
criminosos. O caso mais recente ocorreu em Peruíbe, no litoral sul de São
Paulo, em 2 de dezembro. Havia apenas um vigia no local, facilmente rendido.
O fato é que as campanhas de desarmamento não são a panaceia
contra a violência, e a interpretação que se faz da legislação vigente trata o
cidadão possuidor de armas como um delinquente. Isso só é possível num país em
que as autoridades, para escamotear sua incompetência na área de segurança
pública, atribuem a responsabilidade por parte da violência à própria vítima.
Os bandidos agradecem.
Falou tudo !! ótimo post ,parabéns .
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