Os defensores do controle de armas dizem que o desarmamento irá gerar um ambiente mais seguro para as pessoas. Seus argumentos são falsos, falaciosos e perigosos. O direito de ter e portar armas representa a suprema, derradeira, fundamental e decisiva proteção de um povo contra todos os tipos de tirania, principalmente a tirania do estado, uma vez que os funcionários de um governo sabem perfeitamente bem que armas nas mãos do povo fornecem o único meio prático de se resistir à tirania. Governos sabem que uma sociedade desarmada acaba se tornando uma sociedade obediente frente a um estado tirânico e onipotente.
Por Jacob
Hornberger, fundador e presidente da The
Future of Freedom Foundation. Tradução Leandro Roque.
Artigo presente no site do nosso parceiro:
Instituto Ludwig Von Mises Brasil,
original aqui.
Também somos da Paz: mas esta Paz aqui!!! |
Examinemos por quê:
Uma suposição básica de qualquer
lei de desarmamento é a de que as pessoas irão obedecê-la. O problema com
tal suposição, entretanto, é que, embora ela possa ser válida para as pessoas
que geralmente acreditam em obedecer às leis da sociedade em que vivem, ela é
inválida para as pessoas que não têm qualquer consideração pelas leis dessa
mesma sociedade.
Logo, leis de controle de armas
seriam eficazes em desarmar pessoas pacíficas e cumpridoras das leis, porém
seriam totalmente ineficazes em desarmar pessoas que não possuem quaisquer
reservas quanto a infringir leis contra homicídios, estupros, roubos, assaltos
e arrombamentos de casas. Em outras palavras, se um indivíduo está
decidido a assassinar, estuprar ou assaltar outra pessoa, quais as chances de
ele dizer para si próprio que "Eu não posso fazer isso pois é proibido utilizar
armas"? Nem é preciso responder. Apenas para insistir no
óbvio, se um indivíduo não possui respeito algum por uma lei que proíba o
assassinato, o estupro ou o assalto, então ele não terá respeito algum por uma
lei que o proíba de ter uma arma.
O problema, portanto, é
cristalino: ao desarmar pessoas pacíficas e cumpridoras da lei, o desarmamento
efetivamente impede que a almejada vítima de assassinato, estupro ou assalto
possua um excelente meio para se defender contra o assassino, o estuprador ou o
assaltante. Como diz o ditado popular, "Deus criou homens
diferentes; Sam Colt tornou-os iguais". Armas permitem que as
pessoas mais fracas possam se proteger contra tiranos e valentões maiores e
mais poderosos, os quais não possuem reservas quanto a matar, estuprar ou
assaltar outros seres humanos.
Disso tudo, há um corolário
principal: mesmo que toda a sociedade possa optar por não se armar, o simples
direito de ter e portar armas já torna todos os indivíduos da sociedade,
inclusive aqueles que optaram por não ter armas, mais seguros contra
assassinos, estupradores e assaltantes. Por quê? Porque o
assassino, o estuprador e o assaltante não sabem a princípio quem está armado e
quem não está, o que significa que agora eles no mínimo terão de pensar várias
vezes antes de tentar cometer seus crimes. Com efeito, não é esse o
principal motivo de os defensores do desarmamento jamais propagandearem em voz
alta que moram em casas sem armas?
Em outras palavras, se todos
estiverem desarmados, então as pessoas violentas de uma sociedade podem se
sentir seguras para assassinar, estuprar ou assaltar outras pessoas.
Porém, se todos possuírem o direito de se armar, então o assassino, o
estuprador e o assaltante saberão que há uma boa chance de suas tentativas criminosas
dar errado — a pessoa que eles escolheram assassinar, estuprar ou matar pode
estar armada e disparar primeiro.
Essa não necessita comentários. "Show de bola" |
Uma segunda suposição básica dos
desarmamentistas é a de que armas não estarão mais disponíveis para ninguém, inclusive
para as pessoas violentas que estejam em busca de uma. Essa suposição se
baseia na esperança de que o controle de armas irá simplesmente fazer com todas
as armas existentes desapareçam, talvez por meio de algum esquema governamental
de recompra de armas, em que as pessoas são estimuladas a entregar suas armas
para funcionários do governo que prometem destruí-las. Novamente, esta
suposição é falsa, falaciosa e perigosa.
Um problema com essa suposição é
que ela não leva em conta o livre mercado — ou, mais precisamente, o mercado
negro que inevitavelmente surge em resposta a leis que tentam restringir a
oferta de algum produto ou serviço. Considere, por exemplo, a guerra às
drogas, por meio da qual os governos vêm tentando eliminar a oferta de drogas
há pelo menos 30 anos. Não obstante uma crescente variedade de leis cada
vez mais rígidas, aqueles que querem comprar drogas continuam sendo capazes de
adquiri-las daqueles que estão dispostos a incorrer os riscos de fornecê-las.
Por que não deveríamos esperar o
mesmo resultado de uma guerra contra as armas? Não iria imediatamente
surgir um mercado negro de armas, assim como surgiu um mercado negro de drogas
quando estas foram proibidas? E quanto àqueles indivíduos violentos e
antissociais, como assassinos, estupradores e assaltantes? Não seriam
eles mais aptos e dispostos a adquirir armas nesse tipo de mercado do que as
pessoas pacíficas e cumpridoras da lei?
Também estaríamos sendo
negligentes caso não mencionássemos os desastrosos efeitos colaterais da
tentativa governamental de se erradicar as drogas — guerras entre gangues,
assaltos a lojas de conveniência, quase sempre seguidos de homicídio, corrupção
policial, roubos, assaltos vários, arrombamentos de casas e carros, furtos
etc. Isso sem mencionar os crescentes ataques governamentais às
liberdades civis dos cidadãos.
Por que deveríamos esperar
resultados diferentes de uma guerra contra as armas? Mais ainda: por que
não esperar resultados ainda piores?
"Mas se apenas déssemos ao
governo plenos poderes para erradicar as armas, então todas as armas poderiam
ser erradicadas de uma vez por todas, o que significa que elas não poderiam nem
mesmo ser adquiridas ilegalmente", sugerem implicitamente os defensores do
desarmamento. Embora seja problemático, vamos, para o bem da discussão,
ceder a esse argumento. Vamos supor que a posse de armas seja
efetivamente banida e que, de alguma forma, o governo seja capaz de impedir que
assassinos, estupradores e assaltantes as adquiram no mercado negro.
O que isso implicaria?
A maior ameaça à liberdade
Tal medida tornaria a população
mais segura? De modo algum, pois um governo que teve o poder de erradicar
todas as armas da sociedade sem dúvida se tornaria um governo onipotente e
tirânico, assim como aqueles que existem na Coréia do Norte ou em Cuba.
Parafraseando um velho ditado, quando as armas forem proibidas, apenas o
governo terá armas.
Isso nos remete novamente ao
principal argumento contra o controle de armas — uma população armada restringe
a tirania, pois aqueles que detêm o poder político sabem que os cidadãos não
serão meros súditos; os governantes sabem que uma população armada possui os
meios para resistir violentamente à tirania, talvez até mesmo por meio da
revolução ou da rebelião, como escreveu Thomas Jefferson na Declaração de
Independência dos EUA.
Para muitas pessoas é difícil
entender ou mesmo aceitar que a maior ameaça à liberdade e ao bem-estar da
população de um país advém de seus políticos. Elas acham essa ideia
desagradável — isto é, a ideia de que seus próprios funcionários públicos irão,
caso possam, impor a tirania sobre seu próprio povo. Porém, curiosamente,
essa sempre foi a regra na história do mundo, e não a exceção.
Tirania pode ser um conceito
subjetivo, porém vamos aqui defini-la como sendo a violação dos direitos
fundamentais de todo o ser humano: vida, liberdade e propriedade. Será
que os funcionários do governo seriam capazes de violar esses direitos (vamos
ignorar, por ora, que toda e qualquer forma de tributação já representa, por si
só, um atentado à liberdade e à propriedade)? Será que eles possuem uma
devoção tão grande ao povo a ponto de jamais serem capazes de violar esses
direitos?
A resposta, obviamente, é
não. E a história está aí para comprovar. Estados já atiraram em
manifestantes, fecharam jornais críticos ao regime, invadiram casas e empresas
sem nenhum mandado de busca, mataram suspeitos e inocentes, encarceraram
pessoas sem mandados, detiveram pessoas suspeitas por tempo indefinido, negaram
a prisioneiros o devido processo legal, o direito a advogados, o direito à
fiança, o direito a julgamentos por processo de júri e o direito ao habeas
corpus e impuseram a pessoas dissidentes cruéis e extraordinárias punições,
como tortura, estupro, abusos sexuais, e assassinato por espancamento.
E, é claro, fizeram tudo isso
após confiscar as armas da população, impor um rígido controle de armas e zelar
pela aplicação dessas medidas com força mortal.
"Mas isso não significa que
os governos de hoje farão isso novamente..." Ora, é claro que
significa, especialmente se o governo em questão invocar justificativas em prol
da "segurança maior da população", algo a que eles sempre recorrem.
O governo federal, de todo e
qualquer país, por sua própria natureza atrai pessoas que não têm absolutamente
nenhum respeito pelos direitos básicos dos cidadãos. A hierarquia
governamental, com seus cargos políticos e burocráticos, atua como um mecanismo
de filtragem, garantindo que apenas aqueles que seguem a maneira
"correta" de pensar — isto é, que pensam dentro da margem
politicamente pré-determinada pelo estado — possam ganhar maiores
poderes.
Esse filtro permite a passagem de comunistas, social-democratas,
fascistas e até mesmo liberais clássicos moderados. O que ele não permite,
porém, é a passagem — exceto em raras distrações — de pessoas que questionam a
absoluta autoridade do estado em empregar a força para fazer com que a
população obedeça a seus decretos. Enquanto o princípio de que o estado
deve deter o poder supremo for aceito, os pilares do poder estatal permanecerão
inabalados e, no longo prazo, aqueles mais aptos a utilizar de violência e
imoralismo tenderão a ganhar mais poderes.
As pessoas que povoam as
repartições governamentais, especialmente aquelas pessoas cujas carreiras estão
totalmente centradas em empregos do governo, são progressivamente educadas, por
todo o ambiente que as cerca, na ideologia da autoridade do estado. Após
passar muito tempo em tais ambientes, torna-se óbvio e natural para essas
pessoas que o melhor arranjo é fazer com que armas fiquem apenas nas mãos do
governo — afinal, nesse arranjo, as armas sempre estarão apenas do lado
delas. A comodidade desse arranjo estará em perigo sempre que os cidadãos
comuns puderem utilizar armas para se defenderem sozinhos. Quando podem
utilizar armas, a necessidade de pedir proteção ao governo é quase nula e, no
extremo, a população pode ficar tentada até mesmo a exigir — por meio de armas
— cortes no orçamento de vários departamentos do governo. E isso não pode
ocorrer.
Como bem sabem as pessoas que
perderam suas liberdades em decorrência de medidas adotadas pelo seu próprio
governo, tão logo começa a concessão de direitos, a marcha rumo à tirania
torna-se inexorável. Ademais, uma das lições que os governantes de hoje
aprenderam com o século XX é que um estado pode ser totalitário com muito mais
eficiência quando esconde sua munheca dentro de uma luva de veludo. Uma
demonstração muito crua de poder estatal pode tornar a população súdita um
tanto inquieta. Por isso a predileção pelo desarmamento. Um povo
desarmado é um povo dócil. Não é preciso outras medidas mais autoritárias
para mantê-lo domesticado. Logo, o desarmamento atinge de maneira
totalmente eficaz os objetivos de plenos poderes do estado.
Princípios da liberdade
Se o objetivo dos
desarmamentistas é fazer com que as pessoas se tornem crianças indefesas que
saem correndo em busca da proteção paternal do estado, ou se as ações dos
desarmamentistas apenas levam acidentalmente a esse resultado, isso é algo desimportante.
Teria importância apenas se estivéssemos querendo julgá-los por seus
crimes. Porém, para resolver os problemas básicos do desarmamento, julgar
a real intenção dos desarmamentistas é secundário. O que não podemos
jamais é nos curvar perante eles. A nossa liberdade e segurança é muito
mais importante do que qualquer "grande ideia" dessa gente.
Talvez uma boa maneira de
concluir um artigo sobre a vital importância de se ter e portar armas seja
citando a sabedoria dos principais Pais Fundadores dos EUA, que entendiam de
liberdade e de tirania:
"Governos temem cidadãos com
armas." ~ James Madison
"Nenhum homem livre pode ser
privado do uso de armas" ~ Thomas Jefferson
"Para preservar a liberdade,
é essencial que as pessoas possuam armas e sejam ensinadas, desde crianças, a
como utilizá-las" ~ Richard Henry Lee
"O maior objetivo é
fazer com que cada indivíduo esteja armado.... Todos que são capazes devem
possuir uma arma. ... Será que finalmente chegamos a tão humilhante e
degradante situação, que nem mais podemos utilizar armas para a nossa própria
defesa?" ~ Patrick Henry
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