sexta-feira, 25 de setembro de 2015

"Mulheres armadas, mulheres seguras...."


Nos Estados Unidos, o deputado estadual pelo Colorado, Joe Salazar, recentemente foi (justamente) criticado por ter afirmado, que universitárias deveriam portar apitos em vez de armas para se defenderem de estupros. “Você sabe que quando está com a sensação de que será estuprada, ou que tem alguém te seguindo, ou com uma sensação de que está em perigo, você pode na verdade estar enganada” disse Salazar. “Então você saca sua arma e acaba atirando em alguém”
O comentário de Salazar não sugere apenas que ele pensa que mulheres em idade universitária não conseguem usar armas de forma segura. Mas também indica que ele não está ciente da quantidade de vidas que são salvas por pessoas armadas e da função que elas cumprem ao equilibrar as forças entre mulheres e seus agressores.





Eu sei, porque já passei por isso. Em 2003, meu marido e eu fomos atacados enquanto passeávamos numa trilha na montanha em uma moto e um quadriciclo. Um homem alterado se aproximou, segurando uma grande pedra. Após ele partir para cima do meu marido, eu saquei a 9mm da minha cintura e disparei. Só então ele fugiu. Se meu marido, que mede 1,90m e pesa 100kg, não pôde se desvencilhar daquele homem, o que ocorreria, nas mesmas circunstâncias, com uma mulher de 60kg soprando um apito? Minha arma provavelmente salvou nossas vidas naquele dia.

Infelizmente, minha experiência não é tão incomum assim. A organização Gun Owners of America cita um estudo de 1997, dos autores Kleck e Gertz, que demonstrou que “todo ano, até 200.000 mulheres usam armas para se defender de violência sexual”. Um artigo mais recente, “Dez histórias que provam que armas salvam vidas“, corrobora esta tese por meio de relatos.

Histórias como a minha não são difíceis de se encontrar.

Mary Chastain, num artigo para o site de notícias Breitbart, conta a história de uma mulher em Myrtle Beach, Carolina do Sul, que ao entrar em seu carro foi abordada por um homem com uma faca. Por sorte, quando o criminoso a empurrou para o assento do carona, ela pôde pegar sua arma no porta-luvas, o que fez o agressor fugir. Neste caso, o simples fato de ela ter uma arma evitou o confronto.

No mesmo artigo, Chastain relata que uma mulher grávida em Roswell, Novo México, estava na lavanderia com sua criança de três anos quando um homem se aproximou, tirando as roupas e fazendo movimentos sexuais. Ele a jogou ao chão e a golpeou; só então o senhorio do local onde ela morava interrompeu a agressão com dois tiros de espingarda. Após o primeiro disparo, o atacante voltou-se contra o senhorio, forçando-o a atirar novamente. Se foram precisos dois disparos de espingarda para parar o agressor desta mulher, temos de nos perguntar novamente: de que teria adiantado um apito?

A advogada Gayle Trotter, em um artigo no The Washington Times, recorda que “uma mulher armada não necessita ser mais forte ou estar próxima o bastante para um combate corpo-a-corpo. Ela pode proteger seus filhos, parentes idosos, a si mesma ou outros que estejam vulneráveis a um agressor.” Suas afirmações reforçam as conclusões de um estudo feito com criminosos em 1985 pelo Instituto Nacional de Justiça, segundo o qual um vasto percentual de criminosos afirmam evitar escolher vítimas que eles sabem estarem armadas.

Como mulher, eu deploro qualquer insinuação de que eu sou burra ou fraca demais para usar uma arma com segurança por causa do meu gênero. Nós, mulheres, viemos lutando há décadas contra este tipo de pensamento. Mas é evidente que ainda não progredimos o suficiente. Sim, o direito de manter e portar armas é uma questão feminina.

Eu sou uma caçadora e uma dona de armas desde que me tornei adulta. Eu sei manusear e operar uma arma de fogo. Eu me sinto mais segura em minha casa sabendo que eu tenho uma arma para proteger a mim e aos meus. Todos os dias, mulheres nas forças armadas lutam por nosso país com armas automáticas, e mulheres policiais carregam armas ao cumprirem seu dever de proteger os cidadãos.

A revista Police traz a história da sargento Kristin Shiner, uma policial do Condado de Collier, na Flórida, que enquanto não estava em serviço prendeu um homem armado que havia matado outro com um tiro; antes que ele pudesse ferir mais pessoas, ela o deteve sem disparar sua própria arma porque ela pensou com clareza e agiu com inteligência. Há inúmeras histórias como a de Shiner, envolvendo mulheres armadas que salvaram a si e a outros.

Quando Joe Salazar fez seu comentário que relatamos acima, estava respondendo ao caso de uma universitária que foi estuprada enquanto sua arma estava trancada dentro do carro (isto é, ela havia cumprido as restrições legais a armas de fogo).

Um detalhe, que seria mesmo de se esperar, é que a mulher era menor do que seu agressor. Sendo mulher, essa história me atinge. A aluna poderia ter sido eu.

Como cidadã americana, eu tenho o direito, conforme a Constituição, de possuir uma arma de fogo para me proteger. Se é necessário apitar para alguém, é para a espécie de políticos e burocratas que gostariam de violar esse direito, fundamental para que cada um de nós, homem ou mulher, proteja sua vida num mundo perigoso.


Do site Libertarianismo, aqui; Tradução de Bruno Parga. Revisão de Ivanildo Terceiro. // Artigo Original



Um comentário:

  1. Sem nenhuma dúvida,tanto nós homens como mulheres desde que com o devido treinamento ao portar,manusear e executar disparos com uma arma de fogo,tem total capacidade de defesa diante de uma agressão injusta a tiros ou na eminencia de mesmos!

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